A forma com que os usuários têm utilizado smartphones ou smartwatchs (relógios inteligentes) para o diagnóstico e tratamento de doenças, tem transformado o segmento de saúde. Diante do cenário, a implementação de plataformas para bem atender os pacientes é habitual. A medicina 4.0 utiliza desde métodos avançados de investigação de DNA até o uso da internet em funções antes jamais imaginadas.
Exames via celular ou smartwatch
O Apple Watch lançou no final do ano passado sua 4ª geração com a funcionalidade de realizar uma espécie de eletrocardiogramas. Sim aquele exame rotineiro que os cardiologistas solicitam todos os anos para monitorar os batimentos cardíacos, já estão disponíveis na palma da mão em tempo integral. Ele funciona com sensores e luzes infravermelhas que monitoram os batimentos cardíacos em atividade física ou em repouso, e possui um aplicativo que armazena essas informações. Também consegue identificar e alertar o usuário em caso de uma frequência cardíaca muito alta, muito baixa ou irregular (arritmia), que pode indicar um problema de saúde mais grave.
Outro promissor é o aplicativo ePAL, que foi criado para ajudar pacientes com câncer a controlar e monitorar a dor. Desenvolvido como parte de uma colaboração entre a Partners HealthCare Pivot Labs, a Divisão de Cuidados Paliativos do Hospital Geral de Massachusetts e o Massachusetts General Hospital Cancer Center, o aplicativo dispõe de uma inteligência artificial que orienta os pacientes em como lidar com as dores e solicita que informem até três vezes por semana o nível das dores sentidas. O componente de inteligência artificial presente no programa, foi capaz de distinguir a dor urgente da não urgente e fornecer uma educação em tempo real aos pacientes. Em caso de piora no quadro ou de dor grave, o aplicativo os conectava automaticamente ao seu médico para uma melhor avaliação. O ePALainda está em estudo e a estimativa é que seja ampliado para outros tipos de enfermidades além do câncer, incluindo também a elaboração de uma plataforma completa de inteligência artificial aliada a telessaúde.
A empresa norte americana Butterfly Network desenvolveu um aparelho de ultrassom que se conecta e funciona diretamente no celular, o Butterfly IQ visa facilitar a vida dos médicos (a ferramenta só pode ser adquirida por eles) que poderão realizar rapidamente exames obstétricos, ginecológicos, de órgãos pequenos como a tireoide entre outros. São 13 tipos diferentes de exames ultrassom que podem ser realizados. Outra funcionalidade é o Butterfly Cloud, onde os médicos podem armazenar na nuvem as imagens captadas e compartilhar estudos científicos, onde todos os usuários do app tem acesso a um grande banco de dados online.
Compartilhamento de dados
Assim como a funcionalidade apresentada no Butterfly Cloud, o compartilhamento de informações médicas dos pacientes também parece ser uma tendência para o futuro. A Sociedade Americana de Oncologia por exemplo, criou o CancerLinq, um portal sem fins lucrativos para monitoramento, coleta e análise de dados de todos os encontros com os pacientes. A proposta é utilizar os dados em estudos científicos e ajudar profissionais de todo mundo a oferecer um atendimento com a melhor qualidade possível a pacientes com câncer. De acordo com as informações no CancerLinq, mais de 1,7 milhão de pessoas são diagnosticadas com câncer todos os anos nos Estados Unidos, e deste total apenas 3% se inscrevem para ensaios clínicos. Para melhorar o atendimento de todos os pacientes, as comunidades de pesquisa precisam de maiores detalhes dos outros 97% das pessoas que recebem tratamento oncológico. Normalmente os dados são anônimos para manter a privacidade e resguardar os pacientes.